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Destruição é uma forma de criação

O mundo precisa parar por uns dias, uns discos velhos precisam de mais tempo rodando sem parar na vitrola do vizinho me fazendo lembrar do gosto amargo de café que beijar a manhã me trazia, que as flores fiquem com aquela cor esquisita que me lembra doença por mais alguns dias, que os sorrisos fiquem maiores a medida que a loucura parece aumentar. O que eu espero das noites é que elas sejam terríveis, sombrias, que eu possa ficar sozinha ou com qualquer um que não queira saber quem eu sou e que não se preocupem com o que eu tô fazendo da minha vida, o que eu quero é poder fechar meus olhos ouvindo minhas músicas preferidas sentindo tudo o que eu ingeri fazer efeito em mim, pra mim por dentro, por fora, o que eu quero é chegar em casa quando o sol estiver nascendo sem nem lembrar do porque eu saí.
Não. Não faz nem tanto tempo assim e eu já mudei. Eu entendo da vida, eu entendo da sujeira que é ser humano e se sujeitar aos bons costumes da sociedade. O amor é uma fantasia que o mundo insiste em levar a sério, a vida em conjunto é um delírio com gosto de estresse pós traumático. Não fui feita viver esse tipo de sonho, não fui feita pra acreditar nisso. Não fui feita pra amar as pessoas como se elas fossem coisas preciosas e insubstituíveis. Eu não era assim, e de repente eu tava ali, sendo mais um peixe idiota nadando na imensidão da correnteza, só seguindo o fluxo sonhando em ter um homem pra sempre, sonhando em ser normal e um novo tipo de rainha amorosa que se vive pra um pênis qualquer, que sonha em casar, ter filhos e ser feliz usando jaquetas de couro nos dias de inverno.
Eu precisei fazer o necessário, mesmo que isso doesse por uns dias, meses, e se as forças celestiais me liberarem não por anos, dor vai, mas uma hora passa, como tudo na vida, as vezes você precisa se destruir pra enfim estar novo, refeito.

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