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I wanna do bad things with you.



Primeiro.

 You have failed at this mission.

E foi assim, perdendo toda vez que tentava salvar aquela confusão que tinha um carinho imenso e até costumava chamar de romance, que pra variar vivia em apuros, que descobri que não sei ser simples, que não sei ser pouca, só sei ser a coisa mais complexa que se puder inventar. Quanto mais fundo você mergulha e nada tentando achar o fundo, a procura de algumas coisas perdidas, mais difícil e impossível se torna voltar pra superfície. A água se torna você, te persegue, te ama, se gruda, não te solta, te tira todo o bom senso, toda sua lucidez e a corrida aloprada de volta ao sol nos faz enfim entender o quão fundo se foi, é aí que você descobre que TODOS estamos - vale lembrar que é sem exceção nenhuma - perdidos como náufragos à deriva. E o sol, sempre a frente, sempre longe, inalcançável, intangível, te fazendo seguir um caminho louco, cheio de bifurcações com algumas armadilhas sob disfarce de sorriso.

Por favor, deixa assim feliz, todos aqueles que ligam a noite a tua tv.  

Consigo entender aos poucos a minha inteligência como loucura, como um todo, como uma organização de um sistema mais complexo quando eu vejo, eu vivo, eu sinto o tempo inteiro dentro de mim a presença forte de pensamentos aos quais eu não consigo - ou não posso, ou não quero - dar vazão - mesmo querendo. Sempre fui aquela que tinha facilidade na hora de traduzir em linhas nem sempre organizadas, mas toda essa arte leva mais tempo do que deveria, e é exaustivo demais, e, certas vezes, quando finalmente conseguimos concluir um assunto, já me vem aquele baque e eu acabo nas portas de um hospital qualquer após ter sido atropelada pela urgência de viver, uma vida que se é obrigado, do inspira até o respira. A vida é essa coisa que adora te fuzilar cada vez que se fecha os olhos pra escrever qualquer coisa, que te fuzila, que te faz sentir a dor de cada bala quando se avalia o peso de cada uma das palavras. Nunca capaz de ser mais, nunca exorcista dos meus próprios demônios, me dou por vencida aos poucos e caio aqui, ali, morrendo de morte morrida, sofrida, lenta e dolorosa, infecção generalizada pelos nossos próprios medos.

Te escrever, me escrever. Escrever, aqui agora, a essa hora foi que me segurou pelos punhos e me fez não pular do abismo quando ele disse ' VEM! ' Gritar, enlouquecer, mesmo que assim por escrito - mesmo que essa mensagem nunca chegue ao seu verdadeiro destinatário - é um conforto, logo quando não fazia mais 
sentido perguntar àqueles que se orgulham da carteira carimbada de ' goza de plena sanidade mental'. Tô falando isso, porque no fundo por mais que a gente queira não acreditar e/ou quer esconder, a gente sempre sabe quando tá fazendo merda - ou transformando boa coisa em merda. E era o que eu queria, chegar aqui e dizer que eu poderia dar um tapa na cara de toda e qualquer pessoa que acredita fielmente que somos bons, santos e puros em nossa essência, no nosso espírito, lá nas entranhas da nossa alma, apenas. O que eu acredito é que se tu não assumo o controle das suas rédeas, não decide por ti o que queres fazer, o que deves ou não fazer, tu acaba por se transformar em um monte enorme de lixo humano, a questão é que a decisão é dada a cada um e cada qual decides o que fazer com ela. O erro tá bem ali no meio da nossa alma e cada descuido que se dê é um curativo para as mais de mil feridas que de hora em hora fazem seu trabalho e tomam conta de toda a superfície.

Enfim depois de tantos tropeços, saltos e mergulhos descobrir-se imperfeito, cheio de defeitos de fábrica sem solução e incapaz a cada dia mais ( e ainda sim bater no peito pra escrever sobre isso) é o que reforça as minhas estruturas e impede as ondas fortes do leste de me levarem ao chão. Essa obra que ainda não teve um fim precisa de escadas, de novos andares e de um reforço diário nas suas estruturas ( nunca se sabe quando as ondas podem chegar ). Amigos, música, sexo, família, drogas, amores... fazemos uso daquilo que temos ao nosso alcance, mesmo sabendo que no fundo nunca estaremos prontos. Nunca.

Viver me dá arrepios. É perigoso demais. O mundo é impietoso, gira rápido demais, sua crueldade nem limites tem. A verdade é que a salvo só o morto está. 

0020

Existem sentimentos que nos levam a fazer coisas inacreditáveis, que nos devolvem a fé que você julgava ter perdido quando a mãe do Hioga morreu, inimagináveis e até, por vezes, patéticas, no meu caso eu diria com força ' sempre ' patéticas. Colocam à prova nossas convicções que precisam estar fortes, nossa fé que pode viver em conflito e estar sempre abalada, nossa capacidade de suportar a dor, a pressão viver e não viver a depressão e a angústia. Tem coisas que simplesmente não devem ser explicadas, mas que, às vezes, dão vontade de explicar. E quando isso acontece tu sentes que é o maioral porque enfim conseguiu tirar algo do peito e consegue transformar isso em algo concreto, fugindo do plano onde sempre mantivera aquilo, ali no abstrato”

Bom.

O bom morreu. Foi sepultado e enterrado. ( Exilado ) Perdi o gosto de felicidade, do doce, do bom, do alegrismo, perdi toda aquela vontade de amorismo sintético pseudo retardado e nada genético - mais próximo do genérico. Meu bom morreu junto daquele bom de outroras. Não sou mais tão rosa. Acho que deixei o vermelho todo pra lá ( quando eu digo vermelho eu digo amor, digo paixão, digo coração e coisas fortes que deveriam pulsar no peito ), perdido além da cama, da fama, da chama e não mais me chama. Fiquei mais pro branco, passando de fininho, escondido pelo cantinho, meio transparente até. Não sei mais falar da beleza, não sei mais fingir feliz e sorrir na hora da foto, aliás isso é algo que eu deveria ter lhe avisado antes, ' Eu não sei sorrir '. Eu sei rir. Eu sei gargalhar. Eu sei chorar. Mas sorrir eu não sei. Coisa de gente torta, torta demais até pra mim, como é que pode conter o riso  ? Como é que pode criar um meio riso ? Gente torta, sem amor. Coisa que eu não sei é ser contida, é ser metade e por direito não sei amar pela metade, nem sei aceitar gente pela metade, afinal o que eu posso fazer com metade de alguém ? Nada. Nada que me convenha, nada que eu queira. O que é ser de alguém pela metade ? Nunca fui do tipo covarde e odeio mesmo ter de fugir das coisas, mesmo quando parece ridículo lutar, ali eu vou, ali eu tô, lutando as vezes até sem força. Não consigo entender, o tipo de gente que se doa pela metade é o mesmo tipo de gente que corre de qualquer coisa, fica em casa quando chove porque tem medo de abrir o guarda chuva mas nunca passa protetor solar porque não acredita em nada do que a tv diz.

Surely

Sobre a certeza.

É bem fácil ter certeza de alguma coisa, o difícil é tomar a posição sentenciar-se indeciso, chegar, bater no peito e dizer: " Eu não sei ", mesmo que na verdade seguindo a lógica da sociedade deveria ser o oposto, deveria ser normal viver hoje um monte de ' não sei ' e pouquíssimos ' Eu sei o que eu quero '.

Eu não sei o que eu quero.
Eu não sei o que eu procuro.
Mas eu sei que está longe da minha realidade.  

S.ex.ual.ly

Everything is not enough for me.
 

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