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bye my side.

Não era mais que noite, confusa e plena, não tinha mais que a idade que seus pais tiveram há trinta anos atrás, ouvia as mesmas canções antigas desde os quinze anos com os delírios de baile, beijo, príncipe e flores, vale ressaltar que nunca foram aquelas canções de meninas mundanas de outros 15 anos, tinha os mesmos medos desde os cinco anos de idade, o único que viera pra lista era o medo de dar as mãos e consequentemente o medo de soltá-las, o medo de não saber a hora certa de soltá-las, o medo de não saber se acostumar a não mais dá-las, o medo de superestimar todas as coisas que sentia quando fechava os olhos pra sentir o corpo inteiro reagir ao toque de sua mão. Não fazia muita questão de ter todas as coisas do mundo, mas fazia questão de ter as coisas que tinha do seu jeito e disso não abria mão mesmo, nunca. Nunca foi de reclamar e apontar defeitos, era mais de brindar qualquer coisa que a fizesse sorrir por mais de dois segundos e fazer festa por qualquer quarto de felicidade que batia latente no seu peito. Tinha vontade de sair de casa aos dezoito, aos dezenove, aos vinte tinha acostumado, aos vinte um a vontade reaparecera mais forte que antes. Gostava de dormir com luzes amarelas de abajour pelo canto lateral direito do lado que estivesse, gostava também de ouvir as coisas mais dolorosas, que falassem do ter e não ter, de problemas com corações de metal, antes de ir dormir, porque fechar os olhos sentindo amor e dor, trazia sonhos que pareciam mais delírios de tão lindos, que mereciam câmeras imaginárias pra capturar toda aquela prolixidade presente em amores vivídos e perdidos entre as três e cinco da manhã.

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