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Ela era só uma criança disfarçada de pedaço de mulher, que se vangloriava por comandar o universo, e cobria os lábios com um batom opaco de cor forte, uma camada pesada de rímel preto.
Eram só dezoito anos e alguns meses tortos, era só o impulso, ou o pulso do coração acelerado, que lhe fazia ver todas as cores brilhando naqueles olhos enquanto de lá surgia um sorriso, e puta merda que sorriso, era aquele sorriso que fazia as pernas amolecerem, o coração congelar, a garganta esquentar e a mente desejar corpos nus mais uma vez naquela sala de estar, exatamente bem estar. Era uma vontade descontrolada, de levantar as mãos, passar apressadamente pelos cabelos e gritar em silêncio algo tímido e sincero, quanto um eu te amo, no meio da noite, sozinha no universo, de um canto de sala habitado por mais dois ou três, quiçá vinte humanóides. Era a vontade de sorrir e passar as mãos pelos peitos na tentativa idiota de acalmar o coração, já que os olhos não paravam de brilhar ao ver aquele maldito sorriso que lhe fazia transbordar músicas cafonas e arrepios por toda a extensão do corpo. Era mais que vontade, era sentir que cantar agora ' this moment is you ' fazia sentido, mesmo com mais trezentas pessoas naquela sala, ela só conseguia ver uma, podia enxergar todas, mas ver ? Ver era translucidez percorrendo olhos, e refletindo um puro nada com gosto de felicidade, e felicidade pra ela era nada mais nada menos do que egoísmo, ver só acontecia quando era com ela, quando era pra ela, quando era ela e ela.
Uhum...Baby.

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