Degrau

Depois de muito cair, de perder a cabeça, depois de muito tentar levantar tantas vezes pelo lado errado, por motivos equivocados em vão veio o inesperado. A quebra. A pior queda. A perda dos sentidos, da vontade, a crise, de repente eu não me via, não me ouvia, não mais falava eu só sentia, sofria e absorvia pra mim todo essa fracasso e tomava como vida, era isso. Eu me via ali, e dessa vez eu era o fracasso. Veio o colapso, a crise.
Dizem que só no momento de crise que você entende que acabou, acabou a vida do jeito que você idealizou por alguns meses, anos quicá, só durante esses dias escuros, que você enfim consegue enxergar que depois de estar no fundo que você pode mudar o tempo inteiro, que você pode ser uma pessoa nova a cada instante, a cada escolha e que são essas mudanças que vão de tornar uma pessoa capaz de enxergar cada degrau novo.
Essa é a minha nova meta: Degrau.
Não tenho pressa, não vou correr. A cada dia eu subo um degrau, nos dias mais corridos, subo dois sem nem sentir.
Eu quero estar no topo.
E eu vou estar lá.