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O tipo de coisa que eu era, o tipo de coisa que você foi

Eu era uma daquelas. Daquelas que passava o dia inteiro na cama, deitada no teu colo, no teu peito, no teu lado, nas tuas costas, na tua frente, rindo das piadas mais idiotas do mundo, que as vezes não faziam sentido, e as vezes nem chegavam ao final, sorrindo quando te via abrir os olhos, os meus olhos, os teus olhos, que olhos, porque olhar nos teus olhos foi por um grande espaço de tempo o que mais me deu paz em toda a vida , dormindo quando a gente não sabia mais o que falar, ou quando o sono, cansaço era maior, gritando quando meu coração pedia seu coração com o meu, abraçando quando eu precisava te sentir mais perto, cheirando quase que o tempo inteiro, pra decorar o perfume da tua pele e tentar descrever algum dia pra alguém qual era o cheiro que você tinha, que fazia tudo no mundo parecer normal, enquanto você tinha o único perfume que existia no mundo inteiro, chorando quando eu me sentia a única criatura horrível no mundo que você nunca seria capaz de amar, morrendo por dentro toda vez que eu ouvia você dizer sobre o quanto eu não sou boa o bastante, por dentro, por fora... vendo filmes de terror, que me tirava o sono, vendo filme cultuado, que também me tirava o sono mais tarde, dando as mãos pelo simples prazer de estar segurando o meu mundo inteiro nas minhas mãos, dividindo os travesseiros, se espremendo entre os edredons, no frio, suando junto no calor, murmurando palavras sem nexo quando você estava dentro de mim, abafando gemidos escondidos no meio da noite, calados, que nunca foram escutados por ninguém além de nós dois, dentro da nossa bolha, do nosso mundinho, das nossas pequenas excentricidades. Você. Você era daqueles fogos devoradores, que me fazia acordar sorrindo as sextas feiras, por saber que eu poucas horas eu ia poder ter você nos meus dedos, você era o tipo fogo devorador, que me fazia dormir tarde e me tirava o sono por completo quando estava caindo de sono, com aquela voz que só eu vou saber todos os efeitos que ela era capaz de fazer em mim. Você era a coisa mais certa que eu já tive, era minha boa noite de sono depois de um dia estressante, era o remédio pra toda cólica, mal humor e qualquer outra dor que já existiu. Era o que me fazia levantar da cama as seis da manhã toda segunda feira, era o que me fazia não conseguir dormir depois. Era de verdade a única coisa boa de toda e qualquer segunda feira. Você pra mim foi toda canção estúpida de amor que sempre me fez suspirar e sempre foi ridículo pra você. Você foi uma coisa maior do que qualquer uma das minhas palavras possa explicar. Você foi, você é. Ninguém acorda de manhã e deixa de sentir todo esse amor.

Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

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